Nesta quarta-feira, após a divulgação da ata que aprova a venda de 15% dos direitos comerciais do Vitória por 50 anos e a adesão à Liga Forte União (LFU), a Frente Vitória Popular (FVP), um grupo de sócios e torcedores, afirmou que a decisão é ilegal e contraria o estatuto do clube.
A FVP ressalta que a votação favorável à venda obteve apenas 54 dos 92 votos, enquanto o estatuto exige dois terços do conselho para alienações de patrimônio a longo prazo. Eles interpretam a classificação da operação como “antecipação de receita” como uma tentativa de contornar essa regra.
O grupo também critica a falta de clareza na pauta da reunião, que não informava adequadamente o impacto do acordo, e a votação de diferentes decisões em conjunto. Essa abordagem, segundo a FVP, prejudica uma avaliação mais cuidadosa de cada uma delas.
Além disso, questionam a gestão financeira, apontando que a arrecadação prevista de R$ 43 milhões é insuficiente considerando o comprometimento do patrimônio por 50 anos. A ata ainda menciona que parte do valor já teria sido paga por compensação, levantando dúvidas sobre a legalidade do processo.
A FVP já protocolou pedidos de esclarecimento aos presidentes do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal. O grupo alerta que, se a decisão for validada sem seguir o estatuto, medidas legais serão tomadas para anular o processo.
O presidente do Vitória, Fábio Mota, em contato anterior, afirmou que, segundo o estatuto, essa votação não requer um quórum de dois terços, pois não envolve a venda de patrimônio físico e sim a negociação de direitos de transmissão.
Veja a nota da FVP na íntegra:
“A Frente Vitória Popular (FVP), formada por sócios e torcedores do Esporte Clube Vitória, vem a público denunciar graves ilegalidades que ocorreram durante a Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo em 11 de setembro de 2025. Na ocasião, foi aprovada de forma irregular a venda de 15% dos direitos comerciais do clube por 50 anos e a adesão à Liga Forte União (LFU).
A análise da ata da reunião revela um processo conduzido de maneira errada, desconsiderando as normas internas e colocando em risco o futuro do Esporte Clube Vitória. Os principais pontos de nossa denúncia são:
1. Descumprimento do estatuto: a operação é uma alienação de patrimônio de longo prazo. O Artigo 53, inciso XI, exige o voto de dois terços dos membros do Conselho Deliberativo. Contudo, a proposta foi aprovada por maioria simples, tornando a decisão ilegal.
2. Falta de transparência: a convocação apresentou uma pauta genérica que não deixava claro o comprometimento do clube por meio século. A documentação só estava disponível para consulta presencial, dificultando a análise prévia.
3. Votação de propostas diferentes em conjunto: as duas decisões foram votadas em um único ato, algo que deveria ter sido discutido separadamente, considerando seu impacto.
4. Indícios de gestão temerária: a venda futura do Vitória por R$ 43 milhões é financeira questionável, especialmente com a menção de que parte do valor seria paga antes da devida aprovação.
5. Divergência do Conselho Fiscal: há uma discrepância entre o que foi votado no Conselho Deliberativo e o que aparece no ofício do Conselho Fiscal, que trata apenas de uma operação com finalização prevista para 2029.
A FVP temorosa pelo clube, alega que a gestão manifestada pelo CD e CF não cumpre as regras estatutárias, fundamentais para a proteção do Esporte Clube Vitória.
Por fim, a FVP informa que já protocolou requerimentos para que os presidentes do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal se pronunciem sobre as ilegalidades mencionadas. Caso prossigam com a validação da decisão, a justiça será acionada para garantir o respeito às normas do clube.
Convocamos todos os torcedores e sócios a se manterem atentos. O futuro do nosso clube não pode ser decidido de forma irregular.
E você, o que pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião. A participação de todos é importante para manter a transparência e a integridade do nosso clube.
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