O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a prisão na manhã desta quarta-feira (24/12), por volta das 9h29, para seguir para o Hospital DF Star, em Brasília (DF). Ele chegou ao hospital às 9h33 e ficará internado para a realização de uma cirurgia de hérnia inguinal, prevista para esta quinta-feira (25/12).
Bolsonaro estava detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro. A saída ocorreu sob escolta de dois carros da PF, além de batedores da Polícia Militar e da Polícia Penal. A entrada na unidade de saúde ocorrerá pela garagem, com vigilância 24 horas por dia, incluindo dois policiais federais na porta do quarto e equipes de segurança dentro e fora do DF Star.
A autorização para a cirurgia foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos da chamada trama golpista, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão foi embasada em laudo da Polícia Federal, apresentado ao STF após a perícia que identificou duas hérnias inguinais em Bolsonaro. A defesa indicou datas para o procedimento após o ex-presidente cancelar uma entrevista por motivos de saúde, conforme informado no dia 23/12.




Decisão de Moraes A autorização para a cirurgia foi do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos da trama golpista, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestar-se favorável à realização do procedimento cirúrgico. A necessidade cirúrgica está respaldada por laudo da Polícia Federal encaminhado ao STF, decorrente da perícia que identificou as hérnias inguinais.
Com a autorização, Bolsonaro deve realizar a cirurgia e retornar à prisão, na Superintendência da PF, assim que receber alta médica.
Veja o que está na decisão de Moraes:
- O transporte e a segurança de Bolsonaro deverão ser realizados pela Polícia Federal, de forma discreta; o desembarque deverá ocorrer nas garagens do hospital;
- A PF deverá entrar em contato prévio com o diretor do Hospital DF Star para combinar os termos da internação;
- A PF deverá providenciar vigilância e segurança 24 horas por dia durante a estadia de Bolsonaro, mantendo equipes de prontidão dentro e fora da instituição;
- É vedado o ingresso de computadores, celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos no quarto hospitalar, salvo os equipamentos médicos, devendo a PF assegurar o cumprimento da restrição;
- É autorizada a presença da esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, como acompanhante durante a internação, conforme regras do hospital; e
- Demais visitas só poderão ocorrer com autorização judicial prévia.
A decisão impede alterações sem nova autorização e determina que Bolsonaro volte à prisão assim que receber alta médica.
Pedido para cirurgia
- Em 14 de dezembro, exames ultrassonográficos identificaram duas hérnias inguinais;
- Os médicos recomendaram cirurgia como tratamento definitivo;
- No dia seguinte, a defesa solicitou autorização para realização urgente do procedimento;
- O ministro Moraes solicitou a análise de peritos da PF e encaminhou os laudos para avaliação;
- O procedimento foi autorizado após a perícia e avaliação realizada em 17 de dezembro;
- No dia 19, Moraes autorizou a cirurgia conforme as datas indicadas pela defesa; e
- A PF confirmou a necessidade da cirurgia em caráter eletivo e autorizou o procedimento, desde que previamente agendado.
O laudo da PF apontou a necessidade de reparo cirúrgico, sem caráter de emergência, embora tenha recomendado adiamento para a maior brevidade possível diante da piora do quadro clínico e do risco de complicações.
Hérnia inguinal A perícia do Instituto Nacional de Criminalística da PF concluiu que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral, condição que afeta os dois lados da virilha. A hérnia ocorre quando parte do intestino ou tecido interno prolapsa por um ponto enfraquecido da musculatura abdominal, causando dor e desconforto.
Exames realizados em agosto de 2025 não indicavam a presença das hérnias; em novembro, a condição foi identificada clinicamente em apenas um lado. Em dezembro, exames de imagem confirmaram que a situação mudou para ambos os lados. A piora pode estar relacionada ao aumento da pressão abdominal, associada a episódios de soluços persistentes e tosse crônica relatados por Bolsonaro.
Bolsonaro permanece preso desde 22 de novembro, e iniciou, no fim daquele mês, a pena de 27 anos e 3 meses no processo relacionado à trama golpista.
Em resumo, a decisão de Moraes reforça o plano cirúrgico como etapa necessária, com condições rígidas de segurança e internação, mantendo o foco na saúde do ex-presidente e na conformidade com as determinações judiciais. Comente abaixo suas dúvidas ou opinião sobre o caso e as medidas adotadas.

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