Sobreviver é preciso 

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Apesar da postura contrária ao governador Rui Costa (PT) na análise do projeto de lei que limita em 18% a alíquota do ICMS sobre os combustíveis, o senador Otto Alencar (PSD), um dos 65 parlamentares que ajudaram a aprovar anteontem a matéria no plenário da Casa, avisou antes ao aliado de que ficaria a favor do governo Jair Bolsonaro na análise da proposta. De acordo com fontes próximas de Otto, ele disse pessoalmente a Rui que votar contra um projeto vendido pelo Planalto e pelo Congresso como forma imediata de reduzir a gasolina e o diesel seria atirar no próprio pé em ano eleitoral, além de fornecer munição grossa para a campanha dos concorrentes. Ao petista, restou a opção de aceitar o argumento.

Gato escaldado

A cautela de Otto tinha razão de ser. Dos senadores baianos, só Jaques Wagner (PT) votou como queria Rui, para quem a proposta tira verba da saúde, educação e segurança. Horas depois, Wagner, o governador e o PT eram chicoteados nas redes e criticados pelos opositores por tentar dificultar a vida das pessoas afetadas pela carestia nos postos.

Amigo oculto
A posição divergente de Otto em relação a Rui no duelo sobre o teto de ICMS não pode ser considerada pontual. Segundo o radar de governismo elaborado pelo portal especializado Congresso em Foco, o índice de votos pró-Bolsonaro do senador e candidato à reeleição é de 82% nos últimos três anos e meio, enquanto a de Wagner foi 13 pontos menor – 69%. Já o terceiro senador baiano, Angelo Coronel (PDS), que também votou a favor do ICMS limitado, tem taxa de 90%. Partido de Otto e Coronel, o PSD no estado também tem alto percentual de governismo, como provam os números dos cinco deputados baianos da legenda: Sérgio Brito (94%), Antonio Brito (91%), Paulo Magalhães (90%), Charles Fernandes (85%) e Otto Filho (78%).  

Recordar faz bem
A recusa de Otto Alencar em atrair impopularidade surge diante do possível crescimento do seu principal adversário na disputa do senado, o deputado federal Cacá Leão (PP). Embora lidere com folga as pesquisas, Otto tem consciência de que Cacá pode ser alavancado pelo candidato da União Brasil a governador, ACM Neto, repetindo 2010, quando o então senador César Borges, antes favorito, acabou engolido na reta final por Lidice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT).

Fio de fé
As especulações que apontam o Republicanos como o partido de onde virá o vice de ACM Neto não tiraram, aparentemente, o ânimo do PDT. Mesmo que todos os sinais indiquem caminho fechado para os pedetistas, o presidente da sigla na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior ainda sonha alto com a possibilidade de emplacar o empresário �?ngelo Dourado, herdeiro de uma tradicional família política de Irecê, no palanque de Neto.

Alô, MP!
Pelas estradas e municípios do Recôncavo, Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá, é difícil contar a quantidade de outdoors com cor, forma e mensagem típicas de propaganda eleitoral antecipada feita ao arrepio da lei e sem o menor temor dos órgãos de fiscalização. 

Fico satisfeito ao ver este projeto avançar. Infelizmente, há diversos casos em que os homens usaram ácido contra suas companheiras para desfigurar ou matar. �? preciso que o Congresso dê uma resposta 

Igor Kannário
Deputado federal da União Brasil e autor de um projeto que cria regras para a venda desse produto
 

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