PSDB: Pestana diz estar para valer na disputa em MG e chama Novo de ‘seita’

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O pré-candidato do PSDB ao governo mineiro, Marcus Pestana, disse, nesta segunda-feira (27/6), que a participação da sigla na disputa estadual é “mais do que para valer”. Os tucanos estão no centro de um imbróglio começado há uma semana, quando Romeu Zema (Novo) revelou ter convidado o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) para ser seu vice-candidato na chapa que tentará a reeleição. Cidadania e PSDB, no entanto, formam uma federação partidária e devem estar no mesmo palanque.

Ao podcast “EM Entrevista”, do Estado de Minas, transmitido no YouTube do Portal Uai, Pestana comparou o Novo a uma “seita dogmática”.

“Eles conduzem tão mal que, se bobear, Zema vai ficar solitário, com chapa puro-sangue. Não sei se é isso o que querem. Eles têm um espírito que chamo de seita dogmática. Eles têm dificuldades no Brasil inteiro”, afirmou.

“Não somos moleques e não estamos brincando com a opinião pública e com o povo de Minas Gerais. Então, minha candidatura é mais do que para valer”, complementou o ex-deputado federal.

As críticas de Pestana à condução política do Novo decorrem da lista de possíveis vices de Zema em outubro. Antes do convite a Eduardo Costa, o deputado federal Marcelo Aro (PP) chegou a ser tido por interlocutores como o favorito ao posto. O também parlamentar Bilac Pinto (União Brasil) foi outro a ganhar força em determinado momento.

Paralelamente, há, no partido do governador, defesa a uma chapa pura com Mateus Simões, ex-secretário-geral da gestão estadual.

“Ele (Zema) deveria saber que o Cidadania está federado ao PSDB. Não sei se é desinformação, despreparo, inabilidade ou esperteza excessiva. Ele já queimou Paulo Brant, economista fenomenal, que é o vice. Depois, queimou os deputados Bilac Pinto e Marcelo Aro. Agora, lançou, de forma estapafúrdia e completamente inadequada, Eduardo Costa – sabendo que há candidatura colocada no PSDB”, criticou.

Brant, outro dos citados por Pestana, foi eleito vice-governador pelo Novo. Depois, desfiliou-se e passou meses sem partido. No ano passado, retornou ao PSDB.

‘Inaptidão e inabilidade’

Segundo Marcus Pestana, Zema tem “inaptidão e inabilidade imensas” para lidar com a política. Ele citou a conturbada relação entre governo e Assembleia Legislativa para justificar a opinião.

“Zema não conseguiu aprovar nada de fundamental por essa incapacidade de diálogo”, assinalou.

O PSDB de Pestana deu a Zema dois dos quatro líderes de governo nomeados pela gestão para chefiar as articulações junto ao Parlamento. O primeiro foi Luiz Humberto Carneiro, morto no ano passado em decorrência da COVID-19. Gustavo Valadares, que recentemente deixou o ninho tucano rumo ao PMN, também exerceu o posto – agora nas mãos de Roberto Andrade (Patriota).

Custódio Mattos, o primeiro secretário de Estado de Governo, também tem trajetória intimamente ligada ao PSDB. Pestana, no entanto, minimizou a relação.

“Não brigamos com ninguém. Seguimos a máxima do Tancredo (Neves) de que, aqui, quem briga são as ideias. Diante da profunda crise de Minas, fomos os primeiros a dar as mãos a Zema”, contemporizou. “O PSDB colaborou (com o governo, mas não quer dizer que haja identidade”, emendou.

Pestana foi deputado federal entre 2011 e 2019. Antes, chefiou a secretaria de Estado de Saúde no governo de Aécio Neves. Atuou, também, no poder Executivo federal e na Prefeitura de Juiz de Fora, sua cidade natal.

Pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados divulgada pelo EM apontou o pré-candidato do PSDB com 1,5% das intenções de voto. Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), os líderes, aparecem com 45,7% e 28,4%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-00062/2022 e BR-02909/2022.

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