O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a taxa Selic deve se manter em 15% ao ano por um período prolongado. Em sua participação no 33º Congresso e Expo Fenabrave, em São Paulo, ele destacou que a inflação está em processo de convergência para a meta, mas de forma lenta, o que demanda a manutenção de uma política monetária restritiva.
Galípolo lembrou que, embora a inflação tenha fechado 2024 em 4,8%, este número supera tanto a meta de 3% quanto o limite de tolerância de 4,5%. Por conta disso, foi necessário enviar uma carta ao Ministério da Fazenda justificando o descumprimento do objetivo. Ele também ressaltou a transição de um regime de metas anuais para metas contínuas, o que implica em novas explicações quando a inflação fica acima do limite por mais de seis meses.
Ele alertou sobre o risco de aceitar a margem de tolerância, enfatizando que isso poderia enviar uma mensagem negativa ao mercado, o que poderia aumentar ainda mais a inflação. Galípolo também explicou que a eficácia da política monetária depende do comportamento da inflação, inclusive ressaltando que, se os preços continuarem a subir, a taxa de juros real poderá cair, reduzindo a eficiência da estratégia.
No contexto da economia brasileira, ele comentou que, apesar dos juros elevados, o país apresenta resiliência devido ao mercado de trabalho em recuperação e à política fiscal. O índice de desemprego atingiu um nível histórico de 5,8%, e a renda continua em patamares altos, o que mantém a demanda aquecida.
Galípolo também apontou a dificuldade de explicar aos investidores internacionais como o Brasil tem conseguido crescer mesmo com taxas de juros elevadas. Ele atribuiu isso a programas sociais mais progressivos e a mudanças na política fiscal, que aumentaram a renda disponível e impulsionaram o consumo.
Por fim, o presidente do Banco Central defendeu cautela nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), salientando que a autoridade não deve reagir a indicadores pontuais. Ele enfatizou a importância de observar tendências duradouras antes de considerar cortes na taxa de juros.
O que você acha das declarações de Galípolo? Acredita que a Selic pode ser reduzida em breve? Deixe sua opinião nos comentários!
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