Um levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) indicou que **71,3%** dos municípios baianos estão em situação fiscal difícil ou crítica. Esses dados fazem parte do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), que analisou **369 cidades**, representando **88,5%** dos **417** municípios do estado, com informações referentes ao ano de **2024**.
A Bahia apresentou uma nota média de **0,5019 ponto**, um desempenho **23,2%** inferior à média nacional de **0,6531**. Segundo a metodologia utilizada, notas abaixo de **0,4** indicam situação crítica; entre **0,4 e 0,6**, dificuldade; de **0,6 a 0,8**, boa gestão; e acima de **0,8**, excelência. Apesar do cenário preocupante, **24,9%** das prefeituras mostraram boa gestão fiscal, enquanto **3,8%** alcançaram nível de excelência.
Dentre os indicadores mais relevantes da Bahia, a **Autonomia** foi o mais alarmante, com média de **0,1818 ponto**, **58,7%** abaixo da média nacional. Em **156 cidades**, como Cícero Dantas e Cipó, o índice foi zero, evidenciando total dependência de repasses federais. Os **Gastos com Pessoal** apresentaram desempenho melhor, com **0,6662 ponto**, mas **86 municípios** ultrapassaram o limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal. A **Liquidez** registrou **0,5327 ponto**, sendo **20,4%** inferior à média do país, e **73,4%** dos municípios encerraram o ano em dificuldade ou situação crítica. Em contrapartida, o item **Investimentos** se destacou com média de **0,6268 ponto**, onde mais da metade das cidades apresentou elevado nível de investimento.
Salvador, por sua vez, fugiu da média estadual, alcançando **0,9460 ponto** e sendo considerada uma das capitais com melhor gestão fiscal do Brasil. A cidade obteve nota máxima em Autonomia, Gastos com Pessoal e Investimentos, além de **0,7839 em Liquidez**, ficando em **3º lugar** no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Vitória.
Em âmbito nacional, a média geral foi de **0,6531 ponto**, apontando para uma boa situação fiscal em 2024. Contudo, **36%** dos municípios brasileiros ainda enfrentam dificuldades, afetando aproximadamente **46 milhões** de pessoas. Cidades como Cuiabá e Campo Grande estão entre as enfrentando esse cenário.
O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou a necessidade de maior responsabilidade dos gestores. Ele afirmou que **não podemos aceitar esse cenário** e que, apesar da conjuntura econômica favorável, a maioria das cidades apresenta resultados insatisfatórios. Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da entidade, enfatizou que reformas estruturais são essenciais para melhorar a gestão municipal.
Ele finalizou dizendo que é preciso **rever os critérios de distribuição de recursos**, estimular a arrecadação local e garantir eficiência nos gastos públicos, além de realizar reformas administrativas para otimizar despesas.
E você, o que pensa sobre a situação fiscal dos municípios na Bahia? Deixe sua opinião nos comentários.
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