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Projeto em 19 maternidades do SUS reduz mortalidade materna em 37%

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Projeto desenvolvido em 19 hospitais do Sistema �?nico de Saúde (SUS) reduziu a mortalidade materna em mais de 30%. Foram desenvolvidas ações de melhoria nos procedimentos médicos com foco nos três principais motivos para a morte de gestantes, que são: hipertensão, hemorragia e infecção. O projeto é coordenado pelo Hospital Albert Einstein em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna é celebrado neste sábado (28).ebcebc

A ação resultou na queda de 37% na taxa de mortalidade materna geral. Quando observados apenas os três fatores que causam mais mortes, o índice é ainda maior: 58%. Nos casos de sepse, que é a infecção generalizada, foi registrada queda de 73%. Considerando apenas os casos de hemorragia, houve redução de 86%.

A iniciativa utiliza uma metodologia chamada ciência da melhoria.

�??A gente faz uma análise de como funciona hoje o atendimento de uma gestante que está sob um risco, com base nesta análise de fluxo, a gente consegue atuar sobre os pontos em que há um risco maior. Testamos as mudanças junto com eles [a equipe]�?�, explica Romulo Negrini, coordenador médico da obstetrícia do Einstein. São feitos, então, testes em pequenas escalas e, a partir da análise dos resultados, são estabelecidos novos processos.

Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde, mostram que a cada 100 mil nascimentos registrados, 107 mulheres morrem por causas relacionadas à gestação e ao parto. �??Hoje, a gente chama esse projeto de �??Todas as mães importam�??, porque nós não queremos perder nenhuma mãe. A gente reconhece que 92% das mortes maternas são evitáveis�?�, aponta Negrini.

A fase piloto do Projeto de Redução de Mortalidade Materna foi feita no Hospital Agamenon Magalhães, em Recife. Depois, a iniciativa foi ampliada para 19 hospitais públicos, distribuídos em sete estados: além de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Pará e Rondônia. Da fase atual, iniciada em agosto de 2021 na Bahia, participam cinco maternidades de Salvador, uma de Feira de Santana e nove unidades de atenção primária também em Salvador.

Pontos de atenção

Negrini destaca que o projeto na Bahia abrange não apenas hospitais, mas toda a rede de saúde. �??Hospital, unidade básica, onde é feito o atendimento pré-natal e o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], que é aquele sistema de atendimento móvel que faz o transporte das pacientes de uma unidade de baixo risco para uma unidade de risco maior�?�, enumera. Ele aponta o pré-natal como uma etapa fundamental para a identificação de cuidados necessários.

O médico acrescenta que os primeiros passos incluem saber se a paciente está sob risco. �??Trabalhamos com eles [equipes] quais os critérios para o reconhecimento desse risco e aí a atuação em cima desse reconhecimento�?�, aponta. Um segundo entrave para um atendimento adequado envolve dificuldades de transporte da paciente. �??Estou numa unidade que eu tenho poucos recursos e eu preciso transferir para a unidade de mais recursos, mas existem coisas que eu posso fazer antes. Não preciso necessariamente esperar a transferência�?�, exemplifica.

Outro aspecto que o coordenador chama atenção é o recorte de raça para as mortes maternas. �??Independentemente da classe social, se a gente considerar pessoas da mesma classe social, as mulheres pretas e pardas morrem mais do que as mulheres brancas. A gente trabalha muito nesse quesito para que isso seja considerado um fator de atenção para que a gente possa dar equidade no atendimento. �? um dos quesitos importantes do nosso projeto�?�, explicou.

Desafios

A covid-19 representou um complicador a mais em um cenário já preocupante de mortalidade materna. �??Pensando no Brasil, a gente vem em uma descendente, mas uma descendente muito lenta. Existe um pacto, da saúde do milênio, para que a gente chegue a 30 mortes para cada 100 mil nascidos em 2030. Entretanto, na era covid, pensando no Brasil como um todo, a gente chegou a mais de 100 mortes para cada 100 mil nascidos vivos�?�, lamentou o médico. Ele lembra que antes a taxa era de 70 mortes para cada 100 mil nascidos. �??Se a gente considerar países europeus, eles têm menos de 10. A gente tem muito o que caminhar�?�, comparou.

Ele lembra, como outro aspecto que pode ter favorecido as mortes de gestantes na pandemia, a menor frequência na busca por serviços de saúde. �??Aquelas mulheres que tinham medo de sair de casa, medo de ir ao hospital, então uma hipertensa, que poderia ter um controle, passa a se descontrolar, porque não teve o acompanhamento pré-natal adequado; uma diabética não teve o acompanhamento adequado. Isso tudo acaba contribuindo�?�, acrescentou.

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