Em conferência da ONU, governos iniciam negociações de acordo sobre biodiversidade

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Nesta quinta-feira, 15, ministros do mundo inteiro começaram a tentar aproximar posições para fechar um acordo que salve a natureza na próxima década, após negociações intensas e difíceis na Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP15), em Montreal, Canadá. O anúncio por parte de um punhado de países ricos de um aumento de sua ajuda financeira à biodiversidade nos países em desenvolvimento poderia acalmar o ambiente, após as tensões da véspera envolvendo as discussões da conferencia. Para deter a destruição do planeta e de seus recursos, os países têm até segunda-feira para concluir o “marco global de biodiversidade”, um roteiro a ser seguido até 2030.

No centro dos debates, estão temas importantes, como a proteção de 30% do espaço terrestre e do espaço marítimo mundial, um grande avanço em relação aos respectivos 17% e 8% atuais. Também estão em debate a eliminação dos subsídios bilionários prejudiciais às espécies, o apoio à pesca e à agricultura sustentáveis, a redução dos pesticidas e o reflorestamento. Mas todos os objetivos dependem, em alguma medida, de garantir mecanismos financeiros para consegui-los.

Em carta aos participantes, os representantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressaram preocupação com “o impasse atual nas negociações”. “Sem recursos financeiros compatíveis com o nível de ambição dos objetivos e metas do Marco Global, não será possível implementar a nova estrutura”, declarou o governo eleito brasileiro. Um grupo de dezenas de países, com Brasil na liderança, exigem “subvenções financeiras de pelo menos 100 bilhões de dólares anuais, ou 1% do PIB mundial, até 2030”. O número representa dez vezes a quantidade de ajuda atual, e tanto quanto o prometido para a luta contra o aquecimento global.

A questão financeira, onipresente nas negociações, teve um grande avanço nesta quinta, depois que Austrália, Japão, Holanda, Noruega, Espanha e Estados Unidos anunciaram um aumento de seus compromissos. Os seis países se somam aos esforços anunciados antes por Alemanha, França, União Europeia, Reino Unido e Canadá. “Esses novos anúncios e a reiteração dos compromissos existentes são um bom sinal da vontade política de que Montreal tanto necessita”, declarou Claire Blanchard, do WWF Internacional. Mas, não ficou claro se os novos compromissos serão suficientes para atender aos países do Sul, que concentram a maior parte da biodiversidade remanescente no planeta.

Segundo observadores, vários países em desenvolvimento estavam dispostos hoje a abandonar a exigência de criar um fundo global dedicado à biodiversidade, em troca de uma reforma do Fundo Mundial para o Meio Ambiente e dos fluxos financeiros existentes, privados, filantrópicos ou multilaterais. Além das considerações morais, especialistas ressaltam que está em jogo a prosperidade econômica pois mais da metade do PIB mundial depende da natureza e de seus serviços.

*Com informações da AFP

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