Período de estiagem e risco de incêndio deixam parques municipais em alerta

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Os meses de junho a novembro trazem, além do período de seca, um aumento da preocupação com os incêndios florestais. As consequências dessa época de estiagem foram observadas na última sexta-feira (21/7) quando quatro hectares do Parque Municipal Renato Azeredo, no Bairro Palmares, na Região Nordeste de Belo Horizonte, foram destruídos por fogo descontrolado.

Diante desse cenário, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza ações para a prevenção de incêndios nos parques municipais nesses meses mais secos. 

 
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Segundo cartilha disponível no site de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o período de seca aumenta os riscos de incêndio florestais devido à baixa umidade do ar, que facilita a queima da vegetação.

Ainda de acordo com o Inpe, através do Programa Queimadas, responsável por monitorar via satélite os incêndios e focos de incêndio no Brasil, no mês de julho, Minas Gerais apresentou 433 focos de queima de vegetação, mais que o dobro da média de 177 por mês observada em 2022. 

Para Daniel Almeida Rocha, coordenador de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), a discussão deve se iniciar com a definição de alguns conceitos importantes: a diferença entre incêndio e queimada.

“Queimada é um fogo controlado. Em um ambiente florestal, quando fazemos uma queima utilizando fogo com objetivo específico, onde aquele fogo tem um controle, ele é uma queimada. Quando é o fogo que a gente vê sendo destrutivo, a gente chama de incêndio”, explica. 

De acordo com Rocha, os incêndios florestais têm algumas formas de início, podendo ser de forma natural, através da ocorrência de descargas elétricas que acontecem no período de chuva, ou de forma provocada. “A gente vê muitas vezes a população fazendo queimadas com alguns objetivos, por exemplo, queimando lixo ou para limpar algum terreno. O que acontece é que esse fogo, normalmente, é deixado sem supervisão e, quando chega na área de vegetação, ele se expande e vira um incêndio”, afirma. 
Nas épocas de seca, o alerta para incêndios florestais se acende, porque, além da baixa umidade do ar, é possível encontrar muita vegetação seca, que serve de combustível para o fogo. A preocupação é ainda maior nas áreas de parques municipais que se encontram próximos a áreas residenciais e em risco com as ações humanas que podem provocar fogo descontrolado. Em 2023, foram registrados 10 incêndios em parques municipais, entre eles o Mangabeiras Maurício Campos, Renato Azeredo e Alfredo Sabetta.
Para combater o fogo, Daniel explica que, entre outras ações, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica realiza um trabalho preventivo. 
“Temos um curso de formação de brigadistas florestais voluntários. Nessa formação a gente vai trazer informações técnicas de forma que essas pessoas consigam compreender como se inicia e como é utilizando o fogo, diferenças de fogo, queima e incêndio. A gente busca sensibilizar as pessoas para essa temática. Se eu tenho conhecimento, se a pessoa aprende sobre o combate e se sensibiliza e toma mais cuidado ao fazer algo que pode gerar um incêndio, além de ensinar outras pessoas”, afirma. As ações de capacitação também se estendem aos servidores, empregados e moradores vizinhos aos parques municipais. 
 
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Além disso, a FPMZB também realiza roçadas, capinas e recolhimento de lixos, de forma rotineira, aquisição de equipamentos e ferramentas de combate e equipamentos de proteção individual para o enfrentamento dos incêndios, monitoramento e vigilância das áreas com histórico de ocorrência de incêndios florestais, elaboração e definição da estrutura e organização internas necessárias para o enfrentamento aos incêndios florestais.
No entanto, para Daniel Rocha a ação mais importante é a conscientização da população, que pode ter um papel muito importante na prevenção dos incêndios em parques. A FPMZP realiza rotineiramente atividades de sensibilização, conscientização e educação ambiental.
“Quando se fala de fogo todo mundo assusta. Mas é um elemento maravilhoso que, inclusive, permitiu que a gente esteja onde está hoje. Então precisamos entender que o ruim é utilizar o fogo de maneira descontrolada e com descuido porque vai prejudicar locais que a gente não tem intenção. Agora quando utilizamos de forma controlada, de forma manejada, de forma a atingir objetivos previamente estabelecidos ele é só mais uma ferramenta. Para prevenir os incêndios, é necessário regulamentar e instruir a população a como fazer esse uso consciente”, finaliza. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice 

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