Rosa sobre julgamentos de drogas e aborto: ‘Não deve haver temas tabus’

Publicado em

spot_img
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, defendeu que a Justiça debata temas considerados tabus e chegue a definições sobre esses casos.

A opinião foi expressa nesta terça-feira (19), durante a sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que debatia a proposta de alternância de gênero no preenchimento de vagas para a segunda instância do Judiciário.

“Embora eu compreenda a sensibilidade de alguns temas, também entendo que, numa sociedade democrática, como estamos aqui a vivenciar no Brasil, não deve haver temas tabus, os assuntos têm que vir ao debate”, disse.

A colocação foi feita quando a ministra defendia a medida da relatora do processo no CNJ, Salise Sanchotene, que indeferiu pedidos para adiar o debate. O tema tem enfrentado a resistência de tribunais do país.

Rosa disse que vivemos num Estado democrático de Direito e que, “em algum momento, nós temos que começar a discutir essas questões todas”.

Ela citou, como exemplo, processos polêmicos também pautados no STF, alguns durante a sua gestão, em que “sempre há resistência”, segundo a ministra.

“No Supremo Tribunal Federal, quando tratamos de anencefalia, droga, cotas raciais nas universidades, marco temporal para os indígenas, sempre há resistência e eu compreendo a resistência”, disse. “O ser humano às vezes tem dificuldade de ver o novo e enfrentá-lo, mas o debate é sim necessário e por isso eu endosso na íntegra né? Não precisaria fazê-la, mas eu endosso a manutenção”, acrescentou.

A ministra também disse que é bom “quando podemos encerrar os julgamentos e é muito bom que haja manifestação de todos”.

“Eu inclusive gosto muito de ouvir. Digo que gosto mais de ouvir do que de falar porque eu aprendo muito ouvindo e inclusive fortaleço o meu convencimento, a partir muitas vezes de ideias que não são as minhas.”

O julgamento em questão acabou sendo adiado para a próxima terça-feira (26), devido a um pedido de vista (mais tempo para análise) feito pelo conselheiro Richard Pae Kim.

Mesmo assim, dois conselheiros adiantaram seus votos, seguindo a relatora, computados 3 votos a favor da implementação da medida.

A declaração também ocorreu em meio a debates entre senadores que avaliam medidas contra temas pautados no STF, os impostos sindicais e o aborto.

A ministra liberou para julgamento, no último dia 12, ação que trata da descriminalização do aborto durante o primeiro trimestre de gestação e da qual é relatora.

A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, apresentada pelo PSOL em 2017, ainda não tem data para ser julgada.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também apresentou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para criminalizar qualquer porte ou posse de droga.

A visão entre líderes do Senado ouvidos pela reportagem é que o Supremo tem invadido a competência do Congresso de legislar. E a forma de reagir a isso, para eles, é alterando o texto da Constituição.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

‘É Assim Que Acaba’, adaptação do best-seller de Colleen Hoover, ganha trailer oficial

Produção foi afetada pelas greves que ocorreram em Hollywood no segundo semestre de 2023; filme chega ao Brasil em 8 de agosto Divulgação/Sony Pictures O título é protagonizado por Blake Lively, Brandon Sklenar e Justin Baldoni O primeiro romance de Colleen Hoover adaptado para o cinema, ‘É Assim Que Acaba’, ganhou trailer oficial nesta quinta-feira (16). Baseado em

Bruno Mars anuncia novos shows extras no Brasil; saiba datas

Cantor passará por novas cidades, incluindo Belo Horizonte e Curitiba; ao todo, havaiano se apresentará 14 vezes no país Reprodução/Instagram/@brunomars Bruninho fará 14 apresentações no Brasil Mais Bruninho no Brasil, sim! A organizadora dos shows de Bruno Mars no país, a Live Nation, anunciou nesta sexta-feira (17), que o cantor fará novas apresentações no Brasil.

Vai à Virada Cultural 2024? Vejas dicas de segurança para aproveitar o evento

Estadão Conteúdo Para este ano, a prefeitura de SP prometeu um policiamento reforçado, e disse que usará de novas estratégias para coibir as práticas criminosas Neste fim de semana acontece mais uma edição da Virada Cultural de São Paulo, que neste ano tem como lema “Unidos pela Solidariedade: a Virada Cultural de um só País”